Preço de UMA

YFI avistado

O lado obscuro do mercado de previsões 🌘 A história favorita do Polymarket é a "sabedoria das multidões" — deixar o mercado votar com dinheiro, agregando as informações e julgamentos de todos, e, no final, revelando as odds mais próximas da verdade. Parece bonito, mas permita-nos desmontar este "cristal da verdade" 🔮 camada por camada. 1⃣ Vamos começar fazendo algumas perguntas à maneira de Sócrates. Primeira pergunta: isso é uma "multidão"? Quando uma única baleia investe 45 milhões de dólares, os 10% principais controlam 80% da liquidez, e o apostador médio aposta menos de 100 dólares — isso ainda é chamado de "multidão"? Ou deveria ser chamado de "mercado dominado por oligarcas"? Se 10 pessoas votam, e uma delas possui 800 votos, enquanto as outras 9 dividem 100 votos, você diria que isso é "democracia" ou "oligarquia"? Segunda pergunta: o dinheiro incentiva a "verdade" ou o "lucro"? Os livros de economia nos dizem que os participantes do mercado buscam maximizar o lucro. Então, surge a questão: quando uma baleia pode ganhar dinheiro manipulando odds, fazendo hedge de riscos, ou até influenciando a opinião pública, seu dinheiro está realmente indo em direção à "verdade" ou à "estratégia ótima"? A baleia francesa usa dados de pesquisas privadas para fazer hedge de riscos; isso é buscar a verdade ou realizar arbitragem de risco? As odds do mercado refletem o que "todos acreditam" ou o que "os grandes querem que todos acreditem"? Terceira pergunta: existem os quatro pressupostos da sabedoria das multidões? A teoria clássica exige que os participantes façam julgamentos independentes, que haja simetria de informações, incentivos alinhados e diversidade de contextos. E na realidade? A baleia puxa as odds e os pequenos apostadores seguem, os grandes usam pesquisas privadas enquanto os pequenos olham dados públicos, e a política do círculo Web3 é severamente homogênea. Se os quatro pressupostos não existem, como podemos falar de sabedoria das multidões? Quarta pergunta: o mercado pode se autocorrigir? Teoricamente, a precificação errada seria corrigida por arbitradores. Mas isso tem um pressuposto: deve haver uma "verdade objetiva" como âncora final. As odds de Trump estão em 60% vs 48% nas pesquisas tradicionais, quem está certo? O mais mortal é: a mídia mainstream cita dados do Polymarket dizendo que "o mercado está otimista com Trump" → a reportagem influencia a psicologia dos eleitores → o comportamento dos eleitores afeta a eleição → a eleição muda novamente as odds. Isso não é "descobrir a verdade", isso é "autopreenchimento de profecias". Quando o mercado se torna a fonte de notícias e poder de opinião, ele ainda pode permanecer objetivo? Quinta pergunta: quem define a "verdade"? A pergunta mais dolorosa. O Polymarket depende da oracle UMA para decidir a "verdade". Em agosto deste ano, houve um escândalo: alguém manipulou o resultado de um mercado usando 5 milhões de tokens UMA (25% do total de votos). Mais irônico é que o design do mecanismo da UMA incentiva "seguir a maioria" em vez de "verificar os fatos". Apostar na direção certa traz recompensas, enquanto apostar na direção errada resulta em multas, então a estratégia ótima não é buscar a verdade, mas adivinhar como os outros vão votar. Quando a "verdade" é decidida pelo voto do capital, isso é uma vitória da descentralização ou uma versão 2.0 da oligarquia? 2⃣ Os dados dirão a você uma verdade mais cruel. Empresas de análise de blockchain descobriram que há uma grande quantidade de wash trading no Polymarket. Esse é o "paradoxo da liquidez" do Polymarket: teoricamente, é necessária alta liquidez para garantir preços precisos, mas a alta liquidez atrai especuladores e manipuladores, e não "buscadores da verdade". Após o caso de manipulação da UMA, a forma como o Polymarket lidou com isso foi ainda mais mágica: recusou-se a reembolsar as vítimas, alegando que "vamos melhorar o mecanismo no futuro". Traduzindo: "Sabemos que o sistema tem falhas, mas suas perdas não nos dizem respeito, da próxima vez, tenham cuidado." A maior ironia da descentralização é essa: quando há problemas, ninguém se responsabiliza. 3⃣ A guerra das oracles: um jogo de poder sobre "quem manda". Se o Polymarket é uma "máquina da verdade", as oracles são os "juízes" dessa máquina. Mas no último ano, o Polymarket ficou cada vez mais insatisfeito com seus juízes. De 2022 a 2024, o Polymarket dependeu completamente da Oracle Optimistic da UMA, promovendo "decisões descentralizadas". Em fevereiro de 2025, começou a colaborar com a EigenLayer e a UMA para desenvolver a "próxima geração de oracles". O anúncio oficial é "atualização técnica", mas na verdade é uma insatisfação com a situação da UMA. Em agosto, foi forçado a atualizar para o MOOV2, limitando as propostas apenas a usuários da lista branca. Isso é um retrocesso de descentralização para centralização — para evitar manipulação, sacrificou a resistência à censura. Em setembro, integrou o Chainlink para lidar com mercados de preços, reconhecendo que a UMA não consegue lidar com todos os cenários. Mas o Chainlink só pode lidar com questões objetivas como "o preço do BTC atingirá 100 mil dólares?", enquanto os mercados subjetivos centrais de política e cultura ainda dependem da UMA. Em outubro, o CEO Shayne Coplan tweetou sugerindo o lançamento do token POLY, possivelmente criando sua própria oracle. Traduzindo: "Depois de terceirizar por tantos anos, percebi que ainda preciso fazer isso eu mesmo." Esse caminho de evolução revela uma verdade cruel: o Polymarket não está em busca de uma oracle melhor, mas de uma oracle mais obediente. De "terceirização descentralizada" para "internalização centralizada", o Polymarket reconheceu com suas ações um fato: as oracles são muito importantes para serem entregues a outros. Mas surge a questão — quando o Polymarket controla sua própria oracle, para quem será distribuído o token POLY? Como evitar que os direitos de voto sejam novamente manipulados pelos grandes? A resposta é: não há solução. Porque enquanto houver tokens, haverá compra e venda; havendo compra e venda, haverá concentração; havendo concentração, haverá manipulação. Um ciclo vicioso. 4⃣ No final das contas, quem tem o direito de definir a verdade? Voltando à pergunta inicial: os 45 milhões de dólares da baleia francesa previram a verdade ou criaram a verdade? A resposta pode ser ambas, e esse é o aspecto mais aterrorizante. O Polymarket afirma ser uma "máquina de busca da verdade", mas na prática opera mais como uma "máquina de precificação da verdade". Qual é a diferença? A primeira assume que a verdade existe objetivamente, e o mercado apenas a descobre; a segunda atribui preços a diferentes versões da "verdade" através do mecanismo de mercado, onde o preço mais alto vence. Quando o capital é grande o suficiente, ele pode comprar não apenas as odds, mas também a percepção pública da "verdade". Fim.